Osasco na Copa de 1950 e em nossos corações
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Osasco na Copa de 1950 e em nossos corações

Seg, 17 de Outubro de 2011 00:00 | PostAuthorIcon Autor: José Luiz Capp | PDF Imprimir E-mail
Memórias da Cidade
Como sabemos, o Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, passa por considerável reforma, objetivando adequá-lo aos requisitos de modernidade e importância dos eventos que alí terão lugar.

Bom momento para recordarmos que Osasco se fez representar de forma inédita quando da inauguração dessa importante arena de disputas futebolísticas mundiais nos idos de 1950 que, infelizmente, não nos deixaram felizes.

Representado por delegação de esportistas, agremiação, autoridade civil ou militar?

Não! Sua representação se deu em silêncio em vários pontos do gigantesco estádio. Mas como? Pela acomodação de milhares de torcedores sentados nas arquibancadas!

Sob esses torcedores estavam as cerca de 250.000 armações de ferro fundido produzidas em Osasco, na década de 40, pela então maior fundição de aço da América Latina aqui instalada e que iniciava suas atividades.

Esse relato inédito, conhecido por poucos, é apenas um capítulo de uma longa história de realizações das nossas indústrias pioneiras, que deixaram marcas profundas em nosso passado e em nossos corações…

O amálgama então existente entre as empresas e seus colaboradores somando recursos materiais, humanos e tecnológicos na conquista de novos mercados tornaram Osasco conhecida em todo o nosso país e no exterior pela alta qualidade dos seus produtos muitos dos quais anteriormente provindos do exterior.

Rompendo barreiras, as indústrias pioneiras osasquenses estabeleceram uma nova era: contribuiram para romper os grilhões que nos submetiam a processos de importação onerosos e demorados com perdas de divisas cambiais tão necessárias no período pós-guerra mundial (1939-1945).

Nesse contexto, passou-se a produzir em grande escala, em solo osasquense, vários produtos anteriormente importados, com qualidade igual ou até mesmo superior àqueles.

Há que se registrar que já havia em Osasco, antes desse “boom” desenvolvimentista empresas que já vinham contribuindo para o crescimento do então subdistrito, porém ainda não em grande escala e em nível de alta competitividade.

Acreditamos que substancial parcela da hoje existente população e mesmo algumas autoridades desconhecem que no parque industrial pioneiro osasquense foram produzidos itens da mais alta tecnologia como:

-Milhares de vagões ferroviários de diferentes tipos e bitolas para as nossas ferrovias e para ferrovias de países como Argentina, Costa Rica, Peru, Chile e alguns países africanos.

-Carros de passageiros para diversas ferrovias nacionais.

-Vagões especialmente projetados para usinas siderúrgicas. Alguns nunca antes produzidos.

-Equipamentos para refinarias de petróleo, como permutadores de calor, vasos de pressão, caldeiras, fornos de aquecimento, torres e demais componentes.

-Caldeiras de diferentes tipos de queima e capacidades para geração de vapor.
-Equipamentos de alta sofisticação para usinas nucleares geradoras de energia elétrica.

-Eixos, engates e truques para vagões ferroviários.

-Desvios ferroviários para transfêrencia de linhas de circulação,

-Equipamentos de sinalização e controle de circulação ferroviária.

-Transformadores de energia elétrica de vários tipos e capacidade.

-Motores de tração para trens de metrô.

-Materiais de construção civil de alta qualidade e padrão internacional.

-Produtos cerâmicos, tubos e louças sanitárias de alta qualidade.

-Postes de concreto para linhas de transmissão de energia elétrica.

-Fósforos de segurança.

-Cabos de aço e parafusos especiais para a indústria automotiva.

-Componentes diversos para transmissão de veículos automotivos.

-Aparelhos para extinção de incêndio (sprinklers)

-Produtos alimentícios.

Como se vê, o grande impulso dado pelas indústrias pioneiras osasquenses e as oportunidades de emprego e realização profissional proporcionados por elas foram elementos preponderantes para o rápido crescimento da cidade, fenômeno raramente verificado em outras cidades brasileiras.

Com a aproximação da comemoração dos 50 anos de autonomia político-administrativa do município dentro de mais alguns meses, cumpre a todos nós, munícipes, autoridades e postulantes a cargos legislativos e executivo da cidade honrar o nosso passado histórico nunca perdendo de vista os ideais daqueles que na luta autonomista sempre colocaram o bem-estar e qualidade de vida da população acima de interesses pessoais e paixões políticas injustificáveis.

É o que a população e os emancipadores esperam daqueles que se proponham conduzir os destinos da nossa cidade. Sejam filhos legítimos ou filhos adotivos desta terra tão abençoada por Deus!

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